Estudo Bíblico – 7                                    

 

Sacramentos

 

O Baptismo e a Ceia do Senhor são os dois sacramentos do Cristianismo protestante.

 

Estes sacramentos, que significam, simplesmente, ‘coisas sagradas, são usadas como símbolos da graça de Deus a actuar nos crentes, os quais proclamam, visivelmente, a graça de Deus pelo significado da salvação através de Jesus Cristo.

 

“Ambos os sacramentos, a Ceia do Senhor e o santo baptismo...estão juntos, lado a lado, anunciando a realidade da graça de Deus através dos quais nós somos aceites sem condição e pelo qual estamos sujeitos à obrigação incondicional de sermos para os outros o que Cristo tem sido para connosco” (Jinkins 2001:241).

 

É importante sabermos que o Baptismo e a Ceia do Senhor são ideias de Deus e não ideias humanas. Reflectem a graça do Pai e foram instituídas por Cristo. Deus estipulou, através das Escrituras, que os homens e mulheres deviam arrepender-se (significa voltarem-se para Deus – ver Estudo 6) e ser baptizados pela remissão dos pecados (Actos 2:38), e que os crentes deviam partilhar do pão e do vinho “em memória” de Jesus (I Coríntios 11:23-26).

 

Sacramentos do Novo Testamento diferem dos rituais do Velho

 

 

 

Text Box: Objectivo: O que são o Baptismo e a Ceia do Senhor, e porque são relevantes para o crente?

Testamento molda apenas “ a sombra dos bens futuros” e “porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hebreus 10:1,4). Os rituais foram feitos para distinguir Israel como separada do mundo e a pertencer a Deus, enquanto que os sacramentos do Novo Testamento mostram que todos os crentes, de todas as origens, são um, com e em Cristo.

 

Os rituais e sacrifícios não levaram a uma santidade e santificação duradouras. O primeiro testamento ou Velho Testamento, sob os quais funcionavam, já não é valido. Deus “tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido sacrificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.

 

 

Reflexão

Quais são as implicações do Baptismo e da Ceia do Senhor, como sendo ideias que emanam de Deus?

Consegue pensar em formas que distingam sacramentos e rituais?

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Símbolos que reflectem as auto-dadivas de Deus

 

Filipenses 2:6-8 diz-nos que Jesus se esvaziou a si mesmo, das suas prerrogativas divinas, por nós. Ele era Deus, e ainda assim, tornou-se humano para nossa salvação.

 

O Baptismo e a Ceia do Senhor ilustram o que Deus fez por nós e não o que nós tenhamos feito por Deus. O Baptismo é para o crente uma expressão exterior de um compromisso interior, contudo é, principalmente, uma participação no amor e compromisso de Deus para com a humanidade: nós somos baptizados na morte, ressurreição e ascensão de Jesus.

 

“Baptismo não é algo que façamos, mas algo que é feito a nós” (Dawn & Peterson 2000:191). Paulo explica, “ não sabeis que todos quantos fomos baptizados em Jesus Cristo, fomos baptizados na sua morte?” (Romanos 6:3).

 

As águas baptismais que cobrem o/a crente simbolizam o enterro de Cristo em seu benefício. O acto de submergir simboliza a ressurreição e a ascensão de Jesus. “Como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (6:4).

 

É devido ao simbolismo de ficar completamente coberto/a pela água, representando que “fomos sepultados com Ele pelo baptismo na morte” (6:4), que a Igreja de Deus Mundial pratica a imersão total. Ainda assim, a igreja reconhece outros métodos de baptismo.

 

A imagem mental do baptismo mostra-nos que “o nosso homem velho (isto é, o nosso antigo e pecaminoso ser) foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais o pecado” (6:6). O baptismo faz-nos lembrar que tal como Jesus morreu e ressuscitou, também com Ele viveremos espiritualmente (6:8).

 

Assim, o baptismo é uma demonstração visível da dádiva do Próprio Deus por nós, “em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (5:8).

 

A Ceia do Senhor também testemunha o sacrifício do amor de Deus, o acto supremo da salvação. Os símbolos usados representam o corpo quebrado (o pão) e o sangue derramado (o vinho) para que a humanidade possa ser salva.

 

Quando Cristo instituiu a Ceia do Senhor, partilhou o pão dizendo,”Tomai, comei: isto é o meu corpo que é partido por vós” (I Coríntios 11:24). Jesus é o pão da vida, “o pão vivo que desceu do céu” (João 6:48-58).

 

Jesus também passou o cálice de vinho dizendo, “Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue; o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mateus 26:26-28). Este é “sangue da aliança eterna” (hebreus 13:20). É, ao ignorar, subestimar ou rejeitar o valor do sangue do Novo Testamento que se insulta o Espírito da graça (Hebreus 10:29).

 

Então, tal como o baptismo é um reordenamento e participação na morte e ressurreição de Jesus, a Ceia do Senhor é, também, um reordenamento e participação no corpo e sangue de Cristo sacrificado por nós.

 

Questões levantam-se respeitantes à Páscoa. A Páscoa não é o mesmo que o a Ceia do Senhor porque o simbolismo é diferente, e porque não significa a remissão dos pecados através da graça de Deus. A Páscoa era, claramente, um evento anual, enquanto que a Ceia do Senhor é “todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice

(Coríntios 11:26).

 

O sangue do Cordeiro da Páscoa não foi derramado para o perdão dos pecados porque o sacrifício de animais nunca pode tirar os pecados (Hebreus10:11). O costume da refeição da Páscoa, uma noite bastante observada no Judaísmo, simbolizava a libertação nacional de Israel do Egipto (Êxodo 12:42; Deuteronomio 16:1); não simbolizava o perdão dos pecados.

 

Os pecados dos Israelitas não foram perdoados através da cerimónia da Páscoa. Jesus foi morto no mesmo dia em que os animais eram mortos (João 19:14), o que levou Paulo a declarar que “Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (Coríntio 5:7).

Text Box: Reflexão

De que forma é o amor de Deus tornado visível através dos sacramentos do Baptismo e da Ceia do Senhor?

Como testemunham o Baptismo e a Ceia do Senhor a graça da salvação de Deus à igreja e à grande comunidade?
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Em Companhia e comunidade

 

O Baptismo e a Ceia do Senhor também reflectem a unidade dos crentes e o companheirismo de uns com os outros com o Pai, Filho e Espírito Santo.

 

Através de “um só Senhor, uma só fé, um só baptismo” (Efésios 4:5) os crentes “se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte” (Romanos 6:5). Quando o crente é baptizado, a igreja reconhece que na fé ela ou ele recebeu o Espírito Santo.

 

Através da recepção do Espírito os Cristãos são imersos na comunidade da igreja. “ Pois todos nós fomos baptizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (I Coríntios 12:13).

 

Jesus nunca deixará nem desamparará a comunidade da igreja (Hebreus 13:5; Mateus 28:20), a qual é o seu Corpo (Romanos 12:5; I Coríntios 12:27; Efésios 4:12).

Esse envolvimento activo na comunidade cristã é reforçado no acto tomar do pão e o vinho à Mesa do Senhor.

Não só é o vinho, o cálice da bênção,”a comunhão do sangue de Cristo”, e o pão “ a comunhão do corpo de Cristo”, é também a participação na vida partilhada de todos os crentes. “Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo” (I Coríntios 10:17-17).

 

Text Box: Reflexão

Como aprofundam os sacramentos o convívio pessoal com os outros crentes?

Ter em conta se o baptismo é uma actividade particular ou um acto da comunidade dos crentes ou ambos.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Perdão

 

Ambos, a Ceia do Senhor e o Baptismo são participações visíveis no perdão de Deus.

 

Quando Jesus comandou aos Seus seguidores que onde quer que eles fossem, deviam baptizar em nome do Pai, Filho e Espírito Santo (Mateus 28:19), foi uma instrução para imergir os crentes dentro da comunidade dos generosos perdoados. Actos 2:38 explica que o baptismo é para “perdão dos pecados” e para a recepção da oferta do Espírito Santo.

 

Se nós fomos “elevados com Cristo” (ex. pela elevação das águas do baptismo para uma vida nova em Cristo) temos que perdoar uns aos outros, assim como Deus em Cristo nos perdoou (Colossenses 3:1,13; Efésios 4:32). Baptismo implica receber perdão,

assim como também prolongar a misericórdia.

 

Quando nos juntamos para tomar do pão e do vinho, anunciamos e agradecemos a morte do Senhor pelos nossos pecados até à vinda de Jesus (I coríntios 11:26), e estamos a declarar e a tomar parte na comunhão ou convívio dos santos uns com os outros e com Deus. Isto recorda-nos que perdoar uns aos outros é participar no significado do sacrifício de Cristo.

 

Se julgarmos os outros estamos a correr o perigo de sermos indignos de do perdão de Cristo ou indignos do nosso próprio perdão. Cristo disse “não julgueis, para que não sejais julgados” (Mateus 7:1). É isto que Paulo referia em I Coríntios 11:27-29? Que, ao não perdoarmos, não conseguimos discernir ou entender que o corpo do Senhor foi quebrado para perdão de todos. Por isso se vamos para o altar da Ceia do Senhor e guardamos rancores e não perdoamos, então comemos e bebemos os elementos de forma indigna. A veneração autêntica está ligada ao espírito do perdão (ver também Mateus 5:23-24).

 

Que o perdão de Deus esteja sempre presente na forma como tomamos a Ceia do Senhor.

Reflexão

 

Consegue pensar numa situação em que é impraticável perdoar alguém? Que passos pode dar para rectificar isso?

 

Nesse caso, este entendimento implica que frequentar a igreja é um bom hábito para o crente?

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Conclusão

 

O Baptismo e a Ceia do Senhor são actos sacramentais de adoração pessoal e congregacional que demonstram visivelmente as Boas Novas da salvação. São relevantes para o crente porque foram prescritos nas Escrituras pelo Próprio Cristo, e são meios de participação activa na morte e ressurreição do nosso Senhor.

 

Conforme Síntese Doutrinal da Igreja de Deus Mundial

 

Baptismo

 

Http://www.idm.pt/doutrina/doutrina.html#O%20Baptismo%20de%20Água

O Baptismo de água significa que o crente arrependeu-se e aceitou Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. A Igreja de Deus Mundial pratica o baptismo por submersão.

(Actos 2:38; Mateus 3:16; Lucas 3:16; I Coríntios 12:13; I Pedro 1:3-9; Marcos 16:16; Gálatas 3:27; Romanos 6:4-5; Mateus 28:19)

 

A Ceia do Senhor

Na véspera da sua crucificação, Jesus tomou o pão e o vinho, dizendo, "Este é o meu corpo... Este é o novo pacto no meu sangue" Durante a cerimónia da Ceia do Senhor, participamos no novo pacto ao comer o pão e beber o vinho em memória do nosso Salvador, o qual deu o seu corpo por nós e derramou o seu sangue para que pudéssemos ser perdoados. A nossa cerimónia inclui o lavamento dos pés, que representa a nossa limpeza espiritual em Cristo e nos encaminha a uma vida cristã de humildade e serviço em amor.

(Mateus 26:26-28; 1 Coríntios 11:23-26; João 13:1-17; Filipenses 2:1-8)

 

Bibliografia

 

Ver literatura da IDM em:

http://www.idm.pt/doutrina/doutrina.html e

http://www.idm.pt/artigos/artigos.html

 

Dawn, Marva & Peterson, Eugene. The  Unnecessary Pastor. 2000. USA: Wm B Eerdmans Publishing Co.

 

Jinkins, Michael. 2001. Invitation to Theology. USA: Inter Varsity Press.

 

 

 

Text Box: Próximo Estudo

O que aconteceu na crucificação e ressurreição de Jesus Cristo, e que influencia tem sobre nossa salvação?